Programa Nacional de Vacinação

Programa Nacional de Vacinação
 

Vacinas para Viajantes

Vacina contra Cólera

A vacina protege contra as infeções causadas por uma bactéria denominada Vibrio cholerae, toxinogénico do serogrupo O1. A infeção é contraída de forma direta pela ingestão de alimentos (saladas ou mariscos) ou água contaminados e indiretamente pelo contacto com fezes ou vómitos de pessoas infetadas. A doença só afeta o Homem, não há hospedeiros animais ou vetores.

A cólera é uma doença que se pode apresentar desde uma forma subclínica, passando pela diarreia do viajante autolimitada, até casos mais graves com início súbito de diarreia abundante, aquosa, com náuseas vómitos, que podem levar à desidratação e até mesmo à morte. Deve-se evitar o consumo de água, bebidas e alimentos potencialmente contaminados.

A vacina contra a cólera (DUKORAL®) é uma vacina inativada, para administração oral, em indivíduos com idade ≥ a 2 anos e está indicada para viajantes para zonas endémicas/epidémicas da doença. O esquema vacinal para crianças entre os 2 e os 6 anos de idade é de três doses com intervalo de uma semana entre cada toma. Os indivíduos maiores de 6 anos devem tomar duas doses com intervalo de uma semana.

A vacina confere imunidade (protege) uma semana após a conclusão do esquema vacinal. A vacina pode provocar efeitos secundários incluindo dor abdominal, diarreia, perda de consistência das fezes, náuseas e vómitos.

Vacina contra a Encefalite Japonesa

A vacina protege contra a doença causada pelo vírus da encefalite japonesa (arbovirus do género Flavivirus).

A doença transmite-se pela picada de mosquitos (género Culex), infetados. Estes mosquitos alimentam-se no exterior das habitações desde o anoitecer até ao amanhecer. O vírus da encefalite Japonesa infeta o Homem, o porco e vários tipos de aves.

A maioria das infecções é assintomática. Nos casos sintomáticos a doença varia desde uma infecção moderada com cefaleias (dores de cabeça) e febre baixa ou meningite asséptica, até infecções graves de inicio súbito e rápida progressão, com cefaleias intensas, febre alta e sinais meníngeos.

O viajante deve evitar a exposição à picada, nos períodos de maior actividade dos mosquitos.

A vacina contra Encefalite Japonesa (IXIARO®) é uma vacina inativada de vírus inteiro, para administração intramuscular, em indivíduos com idade ≥ a 2 meses, que se desloquem para zonas endémicas/epidémicas da doença. O esquema vacinal é de duas doses com 28 dias de intervalo. Uma dose de reforço deve ser administrada 12 a 24 meses depois da vacinação primária.

Uma dose confere imunidade (protege) duas semanas após a sua administração. A vacina pode provocar efeitos secundários incluindo reação no local da injecção, cefaleias (dores de cabeça) e mialgias (dores musculares).

Vacina contra a Encefalite Provocada por Picada de Carraça (TBE)

A vacina protege contra a doença causada pelo vírus da encefalite por picada de carraça (Flavivirus).

A doença transmite-se pela picada de carraças (género Ixodes ricinus) infetadas. Estas carraças vivem no solo entre a erva, podendo subir a alguns arbustos mas nunca acima dos 70 cm do chão. A primeira fase da infeção provoca uma sintomatologia semelhante à gripe. Em 10% dos casos a doença progride para uma segunda fase com aumento acentuado da temperatura corporal e sinais de atingimento do sistema nervoso central (dores de cabeça fortes, rigidez do pescoço, perda de consciência, delírio) e paralisia muscular.

O viajante deve evitar a mordedura de carraças. Em áreas endémicas deve usar calças e calçado fechado para passeios no campo e acampamentos. Em caso de mordedura remover a carraça tão cedo quanto possível.

A vacina contra Encefalite Provocada por Picada de Carraça (FSME-IMMUN®) é uma vacina inativada de vírus inteiro, para administração intramuscular, em indivíduos com idade ≥ a 1 ano, que se desloquem para zonas endémicas/epidémicas da doença.

O esquema vacinal é de três doses. A primeira dose deve ser administrada na data escolhida, a segunda 1-3 meses depois e a terceira 5 - 12 meses após a segunda dose. O intervalo entre a primeira e a segunda doses pode ser encurtado para 14 dias, mantendo-se o intervalo de 5 - 12 meses entre a segunda e a terceira doses. Se se mantiver o risco de exposição um primeiro reforço deve ser administrado até 3 anos após a terceira dose.

A vacina pode provocar efeitos secundários incluindo cefaleias (dores de cabeça), náuseas, artralgias (dores articulares) e mialgias (dores musculares).

Vacina contra a Febre Amarela

A vacina protege contra a doença causada pelo vírus da febre amarela (arbovirus do género Flavivirus).
A doença transmite-se pela picada do mosquito, Aedes aegypti, infetado Estes mosquitos picam a qualquer hora do dia, especialmente dentro de casa.

O vírus da febre amarela infeta o homem e os macacos. A infeção, quando sintomática, provoca uma doença aguda. Inicialmente com febre, mialgias (dores musculares), cefaleias (dores de cabeça), arrepios, anorexia (falta de apetite) náuseas e/ou vómitos. Em 15% dos casos evolui para uma forma hemorrágica; metade destes doentes morre 10 a 14 dias após o inicio da doença.

O viajante deve evitar a exposição à picada dos mosquitos. A Organização Mundial de Saúde recomenda a vacinação dos viajantes com destino aos países onde a doença ocorre em humanos (América do Sul e África Subsaariana). Alguns países exigem aos viajantes um, Certificado Internacional de Vacinação ou Profilaxia, comprovativo de vacinação contra a febre amarela.

A vacina contra a Febre amarela (STAMARIL®) é uma vacina viva atenuada, para administração intramuscular em indivíduos com idade ≥ a 9 meses. Uma dose confere imunidade (protege) 7 a 10 dias após sua administração. Tem uma eficácia de protecção que se aproxima dos 100% e validade para a vida.

A vacina pode provocar efeitos secundários incluindo rubor (vermelhidão), nódoas negras, desconforto ou dor, tumefacção ou nódulo duro no local da injecção, cefaleias (dores de cabeça), mal estar geral, diarreia, mialgias (dores musculares), febre baixa ou fraqueza.

Vacina contra a Febre Tifóide

A vacina protege contra a doença causada por uma bactéria denominada Salmonela typhi.

A infecção é transmitida pelo consumo de água e/ou alimentos contaminados. Pode ocorrer transmissão fecal-oral. O marisco de águas paradas e poluídas é uma importante fonte de infecção. A doença é sistémica de gravidade variável, manifesta-se gradualmente por febre, cefaleias (dores de cabeça), mal-estar, anorexia (falta de apetite) e insónia. A obstipação (prisão de ventre) é mais frequente que a diarreia.
O viajante deve evitar o consumo de alimentos ou bebidas potencialmente contaminadas.

A vacina contra a Febre tifóide (TYPHIM Vi®) é uma vacina polissacarídica, para administração intramuscular em indivíduos com idade ≥ a 2 anos. Uma dose confere imunidade (protege) 7 dias após sua administração. É necessário revacinar após 3 anos se a exposição se mantiver.

A vacina pode provocar efeitos secundários incluindo dor, endurecimento e eritema (vermelhidão) no local da injeção e febre

Vacina Tetravalente contra a Doença Meningocócica Invasiva

A vacina protege contra a doença causada por uma bactéria denominada Neisseria meningitidis, dos serogrupos A,C,W135,Y.

A infeção transmite-se por contacto directo de pessoa para pessoa, incluindo transmissão por aerossóis e gotículas respiratórias (secreções respiratórias) provenientes do nariz e faringe de pessoas infectadas, ou portadores assintomáticos. Quando sintomática, a doença manifesta-se subitamente com cefaleias intensas (fortes dores de cabeça), febre, náuseas, vómitos, rigidez da nuca. Pode também provocar um quadro grave de septicemia meningocócica.

Espaços reduzidos e com pouca ventilação devem ser evitados.

A vacina contra a a contra a Doença Meningocócica Invasiva provocada pelos serogrupos A,C,W135,Y (Menveo®) é uma vacina polissacarídea conjugada tetravalente, para administração intramuscular, em indivíduos com idade ≥ a 2 anos. A vacina contra a contra a Doença Meningocócica Invasiva provocada pelos serogrupos A,C,W135,Y (Nimenrix®) é uma vacina polissacarídea conjugada tetravalente, para administração intramuscular, em indivíduos com idade ≥ a 1 ano. Uma dose confere imunidade (protege) duas semanas após sua administração. A necessidade de doses de reforço ainda não foi estabelecida.

A vacina pode provocar efeitos secundários incluindo dor, rubor (vermelhidão), ou tumefacção (inchaço) no local da injeção, mal-estar geral, cefaleias (dores de cabeça), fadiga, febre ou sonolência.

Vacina contra a Raiva

A vacina protege contra a doença causada pelo vírus da raiva (género Lyssavirus).

A infeção transmite-se pela mordedura, arranhão, lambedura ou contato com a saliva de um animal infetado.
Os reservatórios mais comuns da doença são o cão, o gato e o morcego. O macaco, a raposa, o coiote, o chacal, o lince, o mangusto e outros animais selvagens são também referidos como reservatórios.

A doença inicia-se de forma aguda com sintomatologia do sistema nervoso central, rapidamente progressiva. Os sintomas incluem sensação de apreensão, ansiedade, cefaleias (dores de cabeça), febre, mal estar geral, parestesias (alterações da sensibilidade), prurido (comichão), disfagia (dificuldade de engolir), hidrofobia (medo da água), convulsões e nalguns casos paralisia. A doença evolui invariavelmente para a morte.

Contactos com animais errantes e/ou selvagens devem ser evitados.

A vacina contra a raiva (Rabipur®) é uma vacina inativada, produzida em células embrionárias purificadas de pinto, para administração intramuscular, em indivíduos com qualquer idade. Pode ser utilizada em profilaxia pré exposição utilizando um esquema vacinal de 3 doses administradas nos dias 0, 7e 21 ou 28.
Para a profilaxia pós exposição devem ser seguidas as orientações oficiais (Orientação n.º 003/2013 de 15 de março de 2013 e Norma 007/2017 de 12/06/2017). Se se mantiver o risco de exposição as doses de reforço são geralmente necessárias a cada 2 a 5 anos.

A vacina pode provocar efeitos secundários incluindo dor, endurecimento e ou edema (inchaço) no local da injeção, fadiga, mal estar geral, febre, arrepios, síndrome do tipo gripal, cefaleias (dores de cabeça), erupção cutânea, mialgias (dores musculares), artralgias (dores articulares) e perturbações gastrointestinais.